Game Over

Numa bela manhã, recebo um telefonema de minha doce paixão dizendo que algo de errado está acontecendo na casa dela. Mais tarde, fico sabendo que realmente o marido dela leu nossa troca de e-mails, nossas intimidades, nossas confissões.

Como eu já disse antes, caso nós nos separássemos, o nosso destino seria ficarmos juntos. Mas não era um cenário a curto prazo. Nem ela nem eu estamos preparados para perdermos nossos companheiros.

Começou o inferno para ela. Apesar de ele não sair de casa, a barra foi pesada para ela. Eu falei para ela ter força. No dia seguinte e nos demais que se seguiram, silêncio. Eu entendi que ela precisaria de um tempo longe da Internet.

Mas ao mesmo tempo, não gostava das coisas como estavam acontecendo. Ela triste, cheia de problemas na casa dela. E eu, vivendo minha vida normalmente ao lado de minha esposa. Era como se eu tivesse negando minha responsabilidade, deixando a bomba toda na mão dela. Mas a verdade é que eu não sabia o que fazer, e eu achava que qualquer coisa que eu tentasse, iria atrapalhar mais do que ajudar. Lyn achou da mesma forma. Portanto, por mais que eu não gostasse, não ter atitude era a melhor atitude.

Após alguns dias, as coisas lá pela casa dela melhoraram. Não, está muito longe de estar bem, mas ao menos há uma possibilidade de paz.

E, com a volta dela à Internet, conversamos.

Deixamos claro que o sentimento ainda existe, mas brincamos com o fogo. Não é mais uma boa idéia alimentar um sentimento que está longe de se tornar realidade. E que pode nos trazer tanta tristeza. Para ela, é a última chance de recuperar a confiança perdida. Para mim, é um risco de sofrer o mesmo que ela sofreu.

Sim, o sentimento ainda existe. Mas vamos deixar ele guardado. Esperando que o destino diga o que fazer com ele.