quinta-feira, janeiro 29, 2009

A Mulher Que Todas Escondem



Leia primeiro: Parte 1 - Lembranças

Parte 2 - Liberdade

Quando o taxi para, na Av. Atlântica, as luzes da HELP piscando e a grande quantidade de pessoas já mostram o agito do local. O segurança, responsável por fazer a seleção das pessoas, chega a congelar por um instante, fitando-a. Ele imediatamente a deixa entrar. A Help é famosa por ser benevolente com garotas de programa, e quanto mais belas mulheres, mais turistas gringos gastam seu dinheiro na boate.

Lá dentro, a uma primeira vista, parece um local como outro qualquer. Mas um olhar mais atento e percebe-se as mulheres liberais demais, deixando os homens bem agitados. Os estrangeiros são bastante assediados, e é inevitável imaginar que o gato corre atras do cão nesse local.

Mas ela nao dá atenção ao que está em volta dela.. Ela só quer se libertar, bebe muito, dança de forma solta, sem preocupações nem pudores, lembrando seu tempo de adolescência. Seu corpo levemente bronzeado e o seu abundante cabelo preto começam a chamar a atenção dos que estão a sua volta.

Um homem loiro e alto se aproxima, se insinuando numa dança a dois. Seus movimentos são um pouco desengonçados, mas a cada leve toque, ela sente a rigidez de um corpo bem cuidado. Não demora muito para que ela já esteja bem colada a ele, e a rigidez dele pode ser bem mais intimamente sentida.

Ele fala algo que parece ser em alemão. Ela não entende, mas ri. Tudo ali é muito gostoso, muito excitante, muito novo. Ele tenta alguns toques mais ousados, mas ela nao permite. Ela quer provocar, judiar. De repente, ele fala em inglês: "How much?". Ela ri ainda mais alto. Dinheiro é uma coisa que ela definitivamente não precisa. Mas após alguns segundos, ela resolve se testar. "1.000 dolars".

Será que ela vale tudo isso?


Continua em breve!

domingo, janeiro 25, 2009

A Mulher Que Todas Escondem



Parte 1 - Lembranças

Ela se deita cedo. O grande e luxuoso apartamento do Leblon parece ainda maior quando ela está assim, sozinha. O marido está longe, em mais uma viagem de negócios. Não que isso importasse ultimamente, ele anda ausente mesmo quando dorme ao seu lado.

Seus olhos não se fecham. Ela só consegue pensar nos tempos de solteira, quando a liberdade e a juventude a faziam se sentir a mais linda e desejada das mulheres. Apesar de não mais se preocupar com isso, ela ainda continua muito atraente. Mas abdicou de muita coisa por uma paixão que, por tão distante, parece que nunca aconteceu.

De repente, seus olhos se iluminam, seu rosto muda de feição. Ela se levanta da cama, e vai até seu closet. Veste uma mini-saia, uma blusa com decote arrasador, e a maquiagem faz ressurgir a mulher que parecia não mais existir.

Pega um táxi, o destino: Copacabana.