quinta-feira, maio 23, 2019

Lapa 40º

Sábado à noite, nada a fazer, nenhum amigo disponível, resolvo sair sozinho. Com desejos boêmios, e acompanhado pela lua cheia, chego ao meu destino. 

Lapa, bairro antigo da cidade maravilhosa, é um templo da mistura que faz do Rio o charme que é. Muitas tribos diferentes, almofadinhas bem nascidos ficam lado a lado de um pessoal mais alternativo. Bares requintados ao lado de botequins mal conservados, e muita coisa legal e ilegal ocorrendo. No meio da rua, em um corredor de barraquinhas com bebidas de todos os tipos, compro a mais alcoólica que me oferecem e olho à minha volta. 

Belas mulheres passam por mim, algumas mais exóticas, outras metidas a gostosas, mas vejo em todas elas um clima de noite, um clima de diversão. Noto bem ao longe uma mulher. Uma mulher muito bonita, mas que me prendeu a atenção por outro motivo. Não sei bem o que é, talvez um ar misterioso, um charme escondido. O fato é que meus olhos não deixaram de segui-la. Como que percebendo que eu a estava observando, ela vira seu rosto em minha direção, e sinto todo o poder que uma mulher tem. Meu corpo se arrepia. Um olhar, um sorriso, um andar que me prendeu de vez. Na confusão do bairro, perco-a de vista, o que me deixa com o desejo mais aguçado do que nunca.

Subo as escadas para chegar ao segundo andar de um dos muitos casarões antigos que existem nas redondezas e foram transformados em verdadeiras danceterias. O que mais me agrada é o clima de liberdade e o alto astral que emana de todos, e observo tudo encostado em um canto entre um gole e outro do rum que estou tomando agora. 

Eis que de repente a vejo novamente. Linda, provocante e sensual. Dessa vez, não me resta dúvida. Aproximo-me dela e a encaro. Essa não é a melhor aproximação, mulheres fogem com uma atitude dessas, mas eu não consigo evitar. E ela, surpreendendo-me, retribui o olhar e continua dançando, quase que me convidando a se juntar a ela. Eu me envolvo nesse ritmo sedutor e pouco a pouco me aproximo do ritmo dela, do corpo dela. Toco sua cintura. E um beijo acontece. Não é preciso nenhuma palavra. O beijo já diz tudo. Beijo com gosto de tesão, com gosto de sexo. 

Após muitos minutos de beijos e carícias, não me resta outra escolha a não ser tirá-la de lá. Levo-a até um dos motéis que circulam todo o "complexo", estrategicamente alocado para o final perfeito de uma noite. Subimos no elevador trocando beijos e amassos, e percebo que não sei o nome dela, nem sequer ouvi sua voz. É puro tesão, puro desejo. O ontem e o amanhã não importam pra nós dois nesse momento. 

Entramos no quarto, e não acendemos a luz. Somente a penumbra da lua por entre a janela me deixa ver o contorno de seu corpo. Corpo perfeito, e meu instinto me obriga a arrancar sua roupa. Estamos ambos com a pele quente. A música no quarto toca em um ritmo frenético, excitando ainda mais nossos corpos. Uma confusão de mãos, de toques, de carícias. Ela rebola, seu bumbum roça em mim. Acaricio seus seios, beijo sua nuca, passo minhas mãos por todo o seu corpo. Ao meu toque mais profundo e íntimo nela, sinto que ela treme, o gemido é o primeiro som que escuto de sua boca! 

Algo muda. O ritmo ficando lento, o corpo se entregando ao prazer relaxante. A música, como que nos acompanhando, muda de ritmo, e passa a uma romântica e insinuante balada. 

 Eu a deito na cama, já entregue a mim, e beijo o corpo dela inteiro. Como é gostoso, como é gostosa! Meus lábios saem de sua boca para seu pescoço, e chegam até seus seios. Continuo minha exploração, e chego ao meio de suas pernas. Minha língua trabalha freneticamente, e seu corpo quer contorcer, mas a mantenho firme com minhas mãos. Escuto mais gemidos. 

Após algum tempo me dedicando a idolatrar seu corpo, finalmente me posiciono junto a ela para possuí-la por completo. Ela está outra mulher, delicada, feminina e entregue, bem diferente daquela que me encarou e me seduziu. Mas nem por isso deixo de estar gostando, Pelo contrário, aceito essa entrega e cuido para que ela tenha a melhor noite da sua vida. 

O calor que meu membro sente ao penetrá-la é de tal intensidade que sinto como se estivesse pegando fogo. Os movimentos, cada vez mais rápidos e instintivos, fazem-na recobrar o olhar e os gestos desafiadores. Novamente ouço sua voz, seus gritos e gemidos. Nossos corpos estão em choque, em fagulhas, em brasa. O beijo é carnal, é desesperado, e várias mordidas são dadas em todo o meu corpo. 

Gozamos juntos, e a sensação é total de liberdade e liberação. 

Novamente a beijo, agora de forma carinhosa. Olho-a de perto, observo cada detalhe de seu rosto e de seu corpo, e sinto que a vida mudou hoje. Estou completo de felicidade e satisfação. Pela primeira vez me sinto assim. E me pergunto que sentimento é esse... 

Apesar de tentar me aproximar, ela não me deu qualquer forma de contato futuro. Assim como ela veio, ela se foi. Nunca soube seu nome. Nunca mais a vi. 

A imagem dela não sai de minha cabeça, e provavelmente sua presença estará dentro de mim para o resto de minha vida. 

Mas talvez tenha sido melhor assim. Mantenho viva a lembrança de uma noite mágica e de uma mulher que para sempre será perfeita.

terça-feira, maio 14, 2019

O Construtor


Sou um construtor. Apesar do estereótipo de homem bruto, não sou assim. E particularmente com mulheres, sou carinhoso, sou galanteador. Gosto de tratar bem a mulher pela qual estou interessado.

ELA, que tanto me atrai, que tanto me tratou bem no passado e por quem sou apaixonado eternamente, quis se afastar. Não era o que ela queria. Aceitei, porém nunca deixei de demonstrar o quanto ela está no meu coração. Também falo o quanto ela me atrai, o quanto sinto vontade de estar dentro dela novamente.

Convenci-a de almoçarmos um dia, como amigos, nos revermos depois de tanto tempo. Mas antes, eu deveria vistoriar o último prédio que construí para saber se tudo estava em ordem. Cheguei à portaria, apresentei-a ao zelador como sendo uma possível compradora, e com as chaves em mãos pegamos o elevador. Doido para beijá-la, não podia fazê-lo, pois as câmeras denunciariam minhas intenções.

Vazio, o apartamento não tinha um mobiliário qualquer que pudesse ajudar nessa minha emboscada. De qualquer forma, observava seus passos com olhos em chamas, ela sempre causou isto em mim. Ela me observava também, podíamos sentir o desejo no ar.

Andamos pelo imóvel, mostrei-o como se fosse um bom vendedor, e entramos no banheiro. O ambiente mais privativo e confinado me deu a oportunidade para agarrá-la quando ela se virava para sair. Nosso beijo liberou a tensão. O beijo foi forte, arrebatador.

Ela se deixou levar pela vontade, tirou minha camisa para acariciar meus pelos, meu tórax, meus braços. Ela agora está com outro olhar, ela está a fêmea que tanto me deixa doido de tesão.

Beijo sua boca, seu pescoço, pego em seus cabelos e puxo, mostro que ela é minha quando eu quiser, do jeito que eu quero. Ela abaixa minha calça, se ajoelha e começa a me chupar de forma forte, intensa, ela quer muito me dar prazer. Depois de alguns minutos encostado na parede e me deliciando com as sensações, peço para ela se levantar. Tiro sua blusa, beijo seus seios e escuto um suspiro de quem estava com saudades da minha boca percorrendo seu corpo. E ela novamente toma a iniciativa.

Ela me afasta do corpo dela, se vira de costas, levanta a saia e fala que quer me sentir dentro dela. Encostada no lavatório, empina o bumbum para que eu a penetre. Aperto forte sua cintura, e entro com vontade. Ambos gememos. Mordo seu ombro, sua nunca, enquanto meu pau se diverte. O vai-e-vem é rápido, é forte.

Nesta hora, enquanto ela geme e grita de prazer, ela admite que sou o homem da vida dela, que ela nunca sentiu por outro o que eu causo nela. Eu não digo nada, esta é a hora dela desabafar, de curtir o momento, e de gozarmos juntos, o que não demora a acontecer, visto o quanto estamos sentindo prazer naquele momento.

Após meu gozo, é minha vez de fazer as declarações. “Tenho muito carinho e amor por você, quero vê-la feliz, estou aqui para você”.

Estou aqui para você. Para quando você quiser um carinho, um suporte emocional, ou só sentir prazer com quem você ama.