Naquela Noite...

Se arrumou pensando nele.

A começar pela trilha sonora: Marvin Gaye – Lets get on, que já era pra entrar no clima. Vestido, decote, salto alto, brinco grande, colar, anel, batom vermelho, olhos bem desenhados. O perfume que ele gostou no outro dia. Ele ia buscá-la, ela declinou gentilmente a oferta.

Queria fazer uma surpresa, uma entrada triunfal no restaurante. E sabia que ele seria pontual. Sempre era. Na hora marcada o táxi chegou. Com pontuais e esperados 10 minutos de atraso ela chegou ao restaurante. Deslumbrante. Ela sabia pela cara do maitre que a levou até a mesa. Pelo seu olhar, pela taça que Ele quase derrubou ao vê-la chegar. O beijo não foi como ele gostaria de ter dado, ela também sabia. Sentiu o desejo de quero mais dele. Mas esse era o planejado.

Foi difícil escolher algo no cardápio. Não porque o restaurante fosse ruim ou eles indecisos. Apenas porque o que queriam mesmo era um ao outro, agora. Mas o combinado era o jantar. Que veio e se foi, sem que nenhum dos dois tenha a mais leve recordação do que provaram. Toda a atenção um no outro.

Olhos se procurando e devorando. Mãos se buscando e um ao outro sob a mesa. Mas muito sutilmente de modo a não serem expulsos. A conta foi paga o mais rápido que a etiqueta permitiu. No carro se jogaram um nos braços do outro. Se buscando sofregamente.

A caminho do apartamento dele botões foram abertos, lingerie foi explorada. Não se sabe como um acidente foi evitado.

Felizmente aquela noite estava só começando. E era somente a primeira de várias.